NÃO SE VÁ...
Não se vá,
enquanto eu perambular pelos teus quartos
e soluçando de cansaço e desejo
ainda fremitar por teu amor...
Não se vá...
enquanto eu estiver percorrendo
e aspirando teu corpo inteiro
e me sinta pregada em teu suor...
Não se vá...
pois ainda sinto a queda no nada
e pressinto, mais que sinto,
que o desejo vem galopando de novo e sempre...
Não te dês pressa de sair,
ainda não me sinto farta
de teu amor maduro e obscuro
que me acende em lampejos
me lambuza de beijos
me cega e alucina...
Não, não se vá de mim
fica, em silêncio, no recôndito de meu corpo
ancorado no desejo que se aproxima
e que nos levará a um outro fim...
Ai, amor, ainda não saia de mim!