A Giralibertar

Depois que o dia se acaba e o sol se vai

O girassol se inclina, parecendo entristecido.

Mas não é isto, é só o sol que é perseguido

Pelo olhar transcendente que também cai

Daquela flor que vê e segue o colorido

Como se fosse este planeta transparente.

E quando a gente pensa que está triste, dolorido

E cabisbaixo pelo seu Amor ausente

O girassol, feliz da vida, é um vidente

Com a Alma ensolarada a acompanhar

Porque enxerga com ela depois do poente

O movimento do sol, a terragirar...

Como eu, um giraLua

Que ando cabisalto, à noite, pela rua

E que de dia sou um girassol inverso

Só porque vivo submerso

Como ele, parecendo tristonho

Pela simples razão de que não vivo: Sonho...

E quando todos se enganam com nossa falsa tristeza

É o momento em que mais nos entregamos à beleza:

Dois espadachins, costas nas costas, se protegendo

Dos que não vêem o que estamos vendo...

O Girassol e eu, os dois seguindo a liberdade.

Ele fugindo da terra, seu mundo-grilhão, a girassolar...

E eu do meu coração, no peito-prisão, a giraluar...

( Resgato este, o menos Lidinho dos meus filhotes que Amo como todos os outros)

Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 28/06/2011
Reeditado em 29/06/2011
Código do texto: T3062822
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