COMPROMISSO
O anel que tu me deste
era vidro.
Era vento o poema.
Frágil era a paixão.
Partimos.
Eu, para o norte.
Foste em outra direção.
O amor que tu me tinhas
era pouco.
Era falso como moeda de latão.
Era tudo
para a minha ilusão.
Amei e acreditei
ser amada.
Foste em outra direção.
Para longe, bem mais longe,
muito mais longe de mim.
E teu rosto se esvaiu lentamente
nas fotografias que de ti guardei.
Sabes o tamanho da ferida?
E o tanto de unguento,
que tive de usar?
Não deixei de te amar.
Mas o amor que tinha por ti
ficou em outro lugar.
Amei de novo,
e, para um novo amor, se dá
uma nova forma de amar.