Nuvens
Não quebres o vidro dos meus olhos
com as pedras das palavras,
uma sílaba aguda possui gume de punhal...
Nem condenes a poesia com a sentença do silêncio
que a dor da indiferença deixa nuvens no olhar.
O poema é uma lâmina de luz
que vem da alma,
qualquer sombra o perturba
no momento de luzir.
Por ser frágil lamparina
necessita eterno zelo,
mesmo a brisa é fatal
no instante de brilhar.
Toda vez que não me encantas
com a magia de um sorriso,
silencia o que em mim canta,
morre um verso sem nascer.