NO SUDÁRIO DOS SEUS SEIOS
O seu amor
É um fardo suave
Que minha alma pecadora
Precisa carregar,
Seus braços abertos
Em promessas de abraços
É a doce cruz
A crucificar-me noite e dia
No desejo de te amar.
No sudário dos seus seios
Ouso profanar-te o véu
Depositando sobre eles;
Altares dos sonhos
Desse louco amante!
Dois ardentes beijos
E um par de versos
A se elevarem nas chamas
Como oferendas aos céus.
Deixa que tombe
Sobre os alvos lençóis
Da uma alcova
O corpo ofegante
Dessa pobre vítima
A ser imolada
Como sacrifício vivo
Pelo amor
Que pensei ser nosso!
Mas era só meu.
Depois...
Sem promessa
De ressurreição
Para o nosso amor!
Quando o dia nascer
Só o que me restará é a dor!!
E para sempre
Esse corpo sem vida
Há de vagar pelas ruas
Arrastando... Nos passos lentos...
Uma cruz de saudade.