O amor virtual

O amor virtual

Quem sentes o meu lirismo?

Fala: queres que eu te beije!

Chora: ama o meu romantismo.

Sem que o pudor nos bafeje.

Perdoa: como és tão doce!?

Sabes, como amaste a dor?

Era a flor que a dor me fosse.

Sente: eis-me o maior amor!

Que, ao cair do meu desejo

Doce ao colo, ó meu viver!

- Foi-se a morte do meu pejo!

Tens uma flor, ó mulher!

Que eras o coração d´ouro;

Quem sentiste a nudez dela?

Dos meus amores de couro!

Ó meu Deus! Eis-me a donzela!

Tinhas a morte do orvalho;

Ao nascer do meu passado,

Como o forte sol do talho.

Deu-lhe a tristeza sem lado.

À mudez, mas ao meu seio

Ó dor que morreste a vida!...

Ó morte que vês o enleio!...

Ei-la a morte emudecida!...

Sente: ei-lo o meu sentimento!

Vês o meu peito do alarde;

Como és meu anjo ao relento.

Chora: amei-te a cor da tarde.

Autor:Lucas Munhoz

*Direitos Autorais Reservados