CIÚME ARMA PERIGOSA

Quando sob o véu da desconfiança

O ciúme este pássaro ensangüentado

Adentra o paraíso encantado do amor

Fere a alma sutil do casal

Deixando cicatrizes profundas...

A desconfiança é um dos braços do mal

Armazenados numa espécie de encardida sacola

De vez em quando o perverso vai lá

E pelos homens espalha sua degola

O ciúme é uma peça noturna em dias frios

Em que saímos para dar uma volta

A nossa frente toscamente uma lúgubre poça de lama

Parece refletir o tímido reflexo da lua

E ao pisarmos nela incólumes

Sentiremos na vacuidade da gravidade

Que a guloseima era um charco

Um imenso lodaçal a nos levar pra baixo...

O ciúme parece inofensivo como o sal

Quando o soltamos na água aparentemente

Nada acontece o estrago é subliminar

Mas a água embora ainda transparente

Está completamente modificada

O ciúme é uma espécie de frutinha

Destas que ficam expostas em arbustos

E não aparenta nenhum mal

No entanto ao prová-la logo se passa mal

Era veneno e que pela pouca quantidade

Não se fizera mortal

Assim acontece com esta sombra da mente

Pela susceptibilidade mata o casal.