Canção – De Poemas esparsos
A esta hora da noite
Não há lugar que me abrigue.
Os fios foram cortados,
E o telefone de estrelas
Repousa na cabeceira
Do horizonte em que me deito.
A chuva molha-me ao longe,
Enquanto enxugo as idéias,
Sinto que o frio me segue,
Escrevendo em minha pele
Palavras arrepiadas…
A esta hora da noite
Só mesmo a pressa do nada,
Brincando de eternidade.
-PAULO BONFIM-