AMOR EM FUGA
Quero dizer-te,
que em nada mudei.
Sou o mesmo transeunte,
que bem antes te encontrei.
Minha poesia segue teu percalço,
marcando o compasso dos passos,
por onde passa areja o espaço
nos encontros, desencontros,
acompanhando a constância
das programadas andanças,
chuva, sol, vento e calor.
- Sou ave que além desponta
bordando a sombra no chão
não constrangindo seguir-te.
- Ferozes iguais dobramos
batalhando campo atroz
no amanhecer - rumo norte
no anoitecer - vento e sorte
levando a lua em suporte,
as Três Marias no reboque,
o Sete Estrelas guia e porte,
a Estrela D’alva ama e dote.
- Sem parte em nenhum negócio,
articulados e fortes,
sentinelas de uma estória
de versão espalhafatória
dizendo o que nunca fala,
falando, o que nunca diz;
vivência, profecia, visão,
querendo ver muito mais
do que se espera da luz
transformando em claro alvor
os raios de fios brancos,
luzindo, prateando a cor,
- qual fuga, do nosso amor!