AMOR EM FUGA

Quero dizer-te,

que em nada mudei.

Sou o mesmo transeunte,

que bem antes te encontrei.

Minha poesia segue teu percalço,

marcando o compasso dos passos,

por onde passa areja o espaço

nos encontros, desencontros,

acompanhando a constância

das programadas andanças,

chuva, sol, vento e calor.

- Sou ave que além desponta

bordando a sombra no chão

não constrangindo seguir-te.

- Ferozes iguais dobramos

batalhando campo atroz

no amanhecer - rumo norte

no anoitecer - vento e sorte

levando a lua em suporte,

as Três Marias no reboque,

o Sete Estrelas guia e porte,

a Estrela D’alva ama e dote.

- Sem parte em nenhum negócio,

articulados e fortes,

sentinelas de uma estória

de versão espalhafatória

dizendo o que nunca fala,

falando, o que nunca diz;

vivência, profecia, visão,

querendo ver muito mais

do que se espera da luz

transformando em claro alvor

os raios de fios brancos,

luzindo, prateando a cor,

- qual fuga, do nosso amor!

Zecar
Enviado por Zecar em 03/07/2005
Reeditado em 15/06/2016
Código do texto: T30562
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