A CHAMA DO NOSSO AMOR
A chama do nosso amor
Pode a ave
Perder-se pelos caminhos
Esquecendo-se do ninho
Que lhe deu tanto calor?
Pode a alma ferida
Esquecer o ombro amigo
Que lhe conforta a dor?
Pergunte a singela margarida
Se o céu que a cobre
Nos campos solitários
É mais azul que o céu
Dos suntuosos jardins
Em palácios de cristal.
E ela te responderá:
“Aqui, ou lá?
Pouco importa o lugar!
Ser flor
É florescer
Quando a primavera chegar.
Pergunte ao miserável
Que um dia mendigou
A humilhante esmola
Se ele pode esquecer
A alma caridosa
Que lhe estendeu a mão
Não somente
Para dar o pão
Mas também para erguê-lo
Do áspero chão.
E ele te responderá:
Bem aventuradas
São as mãos perfumadas
Daquele que espalhou rosas
Por meus caminhos,
Mas, ainda mais bem aventuradas
Sejam aquelas mão queridas
Que delas arrancaram os espinhos.
Pergunta a terra
Se ela odeia
Os pés que a pisam,
O ferro que a fere
Ou as mãos que a semeiam
E ela te Dara por resposta
O trigo que nos alimenta.
Pergunta ao meu olhar;
Já tão acostumado
A perder-se no seu!
Se ele algum dia;
No distante futuro
Que um dia chegará!
Em outro olhar
Outra vez se perderá.
E ele te responderá
Que nem mesmo morte
Com sua terrível escuridão
Será capaz um dia
De apagar a chama
Do nosso amor
Dentro do meu coração.
Eu te amo!!!