Amo-te
Hoje, talvez mais que nunca, desejo amar-te
Mas não faço óbvio esse amor
Terás que buscá-lo
Pois não se encontra nas estéreis flores de plástico
Que duram um tempo indeterminado
Mas naquela tulipa que te dei
E murchou
Embora tantos cuidados
Desejo-te, sim, muito
Mas nada direi aos pés dos teus delicados ouvidos
Terás que buscar-me onde verdadeiramente me encontro
Em recantos que as convenções não alcançam
Ali me encontrarás inteiro, como nos sonhos
E nada saberás se não ousardes
Prefiro solidão que não fere nunca a verdade
É um sacrifício nobre
A beleza do presente
Não está na duração
Reside na intensidade do tempo que foge
Que importa se a flor morreu com apenas um dia
Ela foi a mensageira do amor que senti ao ver-te nela
Dada a mensagem...
Partiu eterna
Deixando-nos sós para o beijo que não aconteceu
Praticidade é máscara de ferro do sentimento
Tortura a alma...aborta o voo
Vem então
Encontra-me nesse canto virgem do mundo
Guardei-o para ti, minha eleita
E se algum dia chegardes a estas palavras
Saberás que meu amor
Não está naquilo que outros irão ler
Mas nas entrelinhas
Que apenas tu podes ver
Nossa vida invertida
Estrelas dormindo à noite
Brilhando de dia...
Vem amor
Espero-te