Amo-te

Hoje, talvez mais que nunca, desejo amar-te

Mas não faço óbvio esse amor

Terás que buscá-lo

Pois não se encontra nas estéreis flores de plástico

Que duram um tempo indeterminado

Mas naquela tulipa que te dei

E murchou

Embora tantos cuidados

Desejo-te, sim, muito

Mas nada direi aos pés dos teus delicados ouvidos

Terás que buscar-me onde verdadeiramente me encontro

Em recantos que as convenções não alcançam

Ali me encontrarás inteiro, como nos sonhos

E nada saberás se não ousardes

Prefiro solidão que não fere nunca a verdade

É um sacrifício nobre

A beleza do presente

Não está na duração

Reside na intensidade do tempo que foge

Que importa se a flor morreu com apenas um dia

Ela foi a mensageira do amor que senti ao ver-te nela

Dada a mensagem...

Partiu eterna

Deixando-nos sós para o beijo que não aconteceu

Praticidade é máscara de ferro do sentimento

Tortura a alma...aborta o voo

Vem então

Encontra-me nesse canto virgem do mundo

Guardei-o para ti, minha eleita

E se algum dia chegardes a estas palavras

Saberás que meu amor

Não está naquilo que outros irão ler

Mas nas entrelinhas

Que apenas tu podes ver

Nossa vida invertida

Estrelas dormindo à noite

Brilhando de dia...

Vem amor

Espero-te

Marcelo FAS
Enviado por Marcelo FAS em 24/06/2011
Reeditado em 23/12/2021
Código do texto: T3055089
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