Perdoar você...
Me pergunto como já o perdoei tanto...
Vezes infindas, pelos ciúme que
Enxerga em mim uma Cleópatra, uma Dalila...
Perdoei as vezes que chorei sua partida sem ida,
Uma volta sem partida ...
Perdoei o telefone batido,
A mensagem impiedosa,
Sufocando na garganta o grito,
A vontade de dizer, injusto!!!
Perdoei o desajuste da personalidade
Complicada, criadora de fantasmas...
Perdoei o desespero do proibido,
Das minhas mãos atadas,
Ligadas nas suas e sem saída...
A agonia de ter um jogo prá jogar e
Mesmo ganhando, perder a partida...
Perdoar passou a ser minha sina...
Perdoei versos chorosos
De uma mal entendida...
Perdoar você?
De que, por que agora?...
Ah, esse amor que esbarra no irreal...
Concreto demais e decido a ficar
E querer tudo sempre mais...
Perdoa dessa vez, sua voz pede...
Fala mansamente, em um sussurro...
Pronto... perdoar... de que?...
A chuva cai e suas gotas,
Molham beijos e abraços... que frio...
Estou tremendo, sinto frio, me abrace...
Me aqueça... já nem sei o motivo do pedido...
Meus braços estendo...
Sua voz vai pedindo esquece...
Perdoar você, de que? - Diga...
Talvez da loucura de tanto querer...
Querer desvairadamente o abstrato,
O impossível mais possível e palpável...
Estamos aqui novamente...
Perdoo sim, minhas mãos nas suas,
Seu ciúme, o telefone batido,
A mensagem que machucou, feriu...
Perdoo seu lamento, esqueço a dor cortante,
A lâmina que sangrou, porque agora entendo,
Que o adeus é chegada...
Que minha partida é remota, sem saída,
Meus lábios dizem adeus e se calam no beijo,
Se perdem no abraço louco que detém meu passo..
Sim perdoo, eu perdoo a loucura desse encontro,
O fantástico gosto de querer, insistir
Nesse sonho, nesse encontro quase demente...
Eu perdoo o sentimento que nos modificou
e nos fez escravos desse amor! ...
Mary Trujillo