As grandes amigas

"Deixa-me ser a tua amiga, Amor;"

Florbela Espança

O amor, a ti do meu belo relento...

Sem dor, ó vida que vens o meu choro!

Perdi-me o coração - mas d´ouro morto!

Sem amizade, ó dor que não te adoro.

Sem algoz, ó luar que te amo a lua!

Inda a vi a nudez - ó véu que te amo!

O peito virginal que tens no seio...

O carinho, ó saudade que te chamo!...

Sou como o amor, ó vida que te adoro!

Vós, que vos chorais o doce carinho!

Dai-me o viver d´ouro - no doce anelo.

Sou como o teu amigo, como o ninho.

Dize-me: "Amo-te o amor terno sem dor!"

Tu, que és tão doce como o meu viver.

Se vos amardes a plaga, sem morte

Sim! Ama o meu licor como a mulher!

O amor eterno, como és meu alento...

Amo-te como o amor - no doce seio!

Dou-lhes o vosso peito, como o sol.

Amo-te como o sol - no doce enleio.

Autor:Lucas Munhoz

*Direitos Autorais Reservados