NA ETERNIDADE DE UM BEIJO
Não, não é verdade
Este adeus em tua boca,
São delírios de alguém
Que já não sabe o que diz.
Tu não sabes o que sofro,
Como poderias saber?
Afinal é impossível, meu Deus,
Que tanto sofra um misero mortal
Que ´inda viva na face da terra.
Pequenino, pequenininho!
É o meu peito
Pra conter um amor, tão grande!
Tão pequenino
Que já nem é humano.
Eu chorei, e meus olhos secaram-se,
Nem mais uma lágrima!
Nem mais uma dor!
As dores todas
Fizeram-me tragar
O meu amargor.
Ah! Se ao menos a dor
Que minh`alma sofre
Um pouco se aplacasse,
Pudesse, inda que por um pouco!
Prolongaria o instante antes do adeus
Na eternidade de um beijo
Roubado de teus lábios.