Corpo de desejo
Corpo de desejo
Guida Linhares
Um corpo que fala de desejo,
uma vóz que sussurra doces palavras.
Perdidos num vendaval de paixão,
dos perfumes exalados da pele,
que excitada sucumbe,
na ardente hora do amor,
em que nada mais existe...
Os amantes se completam
em suas ânsias adormecidas,
despertadas pela volúpia
do vento morno de verão.
Santos, SP
29/11/06
Poema inspirado na ultima estrofe
dos versos de Ronald de Carvalho
VENTO NOTURNO
Ronald de Carvalho
Volúpia do vento noturno,
do vento que vem das montanhas e das ondas,
do vento que espalha no espaço o cheiro das resinas,
a exalação da maresia e do mato virgem,
das mangas maduras, das magnólias e das laranjas,
dos lírios do brejo e das praias húmidas.
Volúpia do vento noturno nas noites tropicais,
quando o brilho das estrelas é fixo, duro,
quando sobe da terra um hálito quente, abafado,
e a folhagem lustrosa lembra o aço polido.
Volúpia do vento morno do verão,
carregado de odores excitantes,
como um corpo de mulher adolescente,
de mulher que espera o momento do amor...
Volúpia do vento noturno em minha terra natal!
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VIENTO NOCTURNO
Voluptuosidad del viento nocturno,
del viento que viene de las montañas y de las olas,
del viento que esparce en el espacio el olor de las resinas,
la exhalación del mar y de la selva virgen,
de los mangos maduros, de las magnolias y de las naranjas,
de los lirios del marjal y de las playas húmedas.
Voluptuosidad del viento nocturno en las noches tropicales,
cuando el brillo de la estrellas es duro, inmóvil,
cuando sube de la tierra una fragancia caliente, sofocado,
y el lustroso follaje recuerda al pulido acero.
Voluptuosidad del viento tibio del verano,
pleno de aromas excitantes,
como un cuerpo de mujer adolescente,
de mujer que espera el momento del amor...
¡Voluptuosidad del viento nocturno en mi tierra natal!
(Ronald de Carvalho / Trad.: J. Martín)