AMOR VIBRAÇÃO

Teu vulto ficou pra trás... Acordei!?

Ah! Tua boca súplice

Teu olhar vulcânico

Amalgamado ao meu

Teu tempero bem dosado

Pele de vinagre balsâmico

Teu sorriso aberto um exótico paraíso oceânico...

Tua língua uma ilha de delícias

Doce como vinho canônico

Teus dentes bem alinhados

Fazem-me lembrar portos onde atracados

Estão iates branquinhos sob o deque de um sol dourado

Teus lábios um desabrochar de rosas vermelhas “calientes”

Sob o clima de Holambra levemente silentes

Entreabertos languidos, frementes

Como que para receber o orvalho fino

Embebido na produção da sementeira da noite

Arqueadas sob tua sensualidade elegante de mulher fatal

Um violão encantado de carne vibrante ressonante como gemido

De ventos uivantes e colos cantantes..

Que todo violeiro cancioneiro gostaria de passar as mãos

Sob cordas tão bem alinhadas, bem esticadas, bem torneadas

Louco para ouvir a cantiga mágica que vai ressonando

Intimamente a carruagem de nota de tons semitons e seminus...

Quebrando a solidão do silencio murmurante em claves de sedução

Sons agudos pautas complementares e o ensaio geral

Adentrando hipnoticamente a nimbada crepuscular

De movimentos dançantes ao som do cio

Acariciando a fronte como vento macio

Numa viagem de corpos e estrelas de anil

Até que se faz silencio a corda arrebenta

Geme ainda no ouvido calando baixinho

Até que se assenta uma paz frugal

A canção ainda se ouve longe a nau

Entre tímpanos sensíveis como os de um passarinho

E o pássaro cantante vai chegando, chegando, chegando...

Até que adormece no ninho!