divina

ela muito me fascina

é o meu estimulante

e ela, se não me domina,

me arrebata num instante

do cavalo vejo a crina

de beleza estonteante

mas não mais que a da menina

do cabelo esvoaçante

tudo o que ela me ensina

vejo que é importante

até mesmo a rotina

com ela é gratificante

sei que é a minha sina

ser seu coadjuvante

ou a marca da neblina

que avermelha o seu semblante

ou a água cristalina

que lhe beija o corpo arfante

onde às vezes predomina

um desejo estimulante

ela é como a morfina

efeito paralisante

mas também a adrenalina

que me deixa saltitante

tem gente que abomina

esse rimado enervante

não desprezo a sua estima

nem vou ser recalcitrante

e o poema assim termina

dessa forma não vibrante

e também não tão divina

que só ela é que bastante

Rio, 02/09/2006