Amor - não vi você chegar...

Amor

Sentimento insinuante...

Chega de mansinho,

Como quem nada quer

E se instala

E se encalacra no peito,

De maneira indelével.

E nós, sem percebê-lo

Quando nos damos conta

Já passou o ponto ótimo,

Que seria possível detê-lo.

Assombrados, sem ação,

Olhamos o seu crescer,

Dentro do nosso peito,

Sem licença requerer.

Não se pode extinguí-lo,

Só por que o desejamos.

Não se pode ignorá-lo,

Ou desinstalá-lo,

Pois ele se fixa, qual anzol,

Na boca do peixinho ingênuo.

E quanto mais nos debatemos,

Mais firme e profundamente,

Ele fere nossas entranhas.

Vai machucando, docemente...

como um orgasmo latente,

Antes de explodir, de ser,

Um raio de luz e prazer