E Ela…

Pratica os seus discursos

Que passam por serem de ocasião

Em frente de um espelho que diz

Que tudo é igual

Que tudo nunca há-de mudar

E ela pratica

E ensaia palavras

Para o seu amor

Que nunca as irá escutar…

Discursos que se dividem

Entre uma extrema complexidade

E uma

Tocante simplicidade

Que é a sua real natureza

Mas que por não se saber libertar de certos fantasmas

Será sempre tudo muito confuso

Da vida ela nunca retirara e essência

A sua genuína beleza…

E por isso os seus discursos são monólogos

Que roçam

Ou tocam mesmo a maior das boçalidades

E só tem companhia

Porque um corpo é um corpo

Que se pode usar

E descartar

Ela faz isso

Vezes sem fim

Porque a sua alma

O seu espírito

Ninguém quer tocar…

Noites que se prolongam

Em diferentes tactos

Em diferentes odores

De diferentes pessoas

A quem recorre

Para disfarçar as suas dores

Meros placebos

Que aparecem bem visíveis

Na sobriedade

De quem está só

Porque não sabe

Partilhar o que tem de maior valor:

A sua tocante

Mas inútil

Interioridade…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 23/06/2011
Código do texto: T3052206
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