E Ela…
Pratica os seus discursos
Que passam por serem de ocasião
Em frente de um espelho que diz
Que tudo é igual
Que tudo nunca há-de mudar
E ela pratica
E ensaia palavras
Para o seu amor
Que nunca as irá escutar…
Discursos que se dividem
Entre uma extrema complexidade
E uma
Tocante simplicidade
Que é a sua real natureza
Mas que por não se saber libertar de certos fantasmas
Será sempre tudo muito confuso
Da vida ela nunca retirara e essência
A sua genuína beleza…
E por isso os seus discursos são monólogos
Que roçam
Ou tocam mesmo a maior das boçalidades
E só tem companhia
Porque um corpo é um corpo
Que se pode usar
E descartar
Ela faz isso
Vezes sem fim
Porque a sua alma
O seu espírito
Ninguém quer tocar…
Noites que se prolongam
Em diferentes tactos
Em diferentes odores
De diferentes pessoas
A quem recorre
Para disfarçar as suas dores
Meros placebos
Que aparecem bem visíveis
Na sobriedade
De quem está só
Porque não sabe
Partilhar o que tem de maior valor:
A sua tocante
Mas inútil
Interioridade…