JÚLIA ROBERTS

Nesta hora em que li poemas sujos

não de Gullar mas, de um louco qualquer;

Dorme a cachorra Júlia, não a mulher,

no braço imóvel do estofado de vidro.

Mexe os pelos, as orelhas

sonha com bolachas amanteigadas;

ouve-se seu respirar...

Seus brincos são tão pequeninos

não da cachorra, da mulher

são três, na diagonal.

Que cena gostosa, doce paladar

dizia a sombra na parede, da lâmpada

sobre a cabeça da mulher.

A cachorra não, de barriga para cima

rosnava, batia com as patas no ar

como se o gato estivesse por ali.

Enfim, acorda e vira-se, me vê

não a mulher, a cachorra

mas, já é tarde... vamos todos dormir!

NivaldoRibeiro
Enviado por NivaldoRibeiro em 23/06/2011
Reeditado em 19/05/2023
Código do texto: T3051816
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