Alabastro de delirante encanto

Cântaro de encanto, vaso de amor em flor,

Bendita besteira desse nosso mais louco amor.

O destino cruzou a nossa viseira, e por brincadeira

Aqueceu essa situação fagueira abrasando a fogueira

De nosso destino multicolor ao nos causar acérrima dor.

Partiu para algures. E o meu coração se partiu em dez mil

Estilhaços e à palhaço tento rastrear seus invisíveis passos.

Alegre agonia agora é a de na sua foto admirar seus traços.

Eis vaso do extravaso intumescido de um amor confundido

O qual você deixou se perder. Em sonhos bisonhos abraço

Freneticamente esse meu delirante, dócil e vil alabastro.

Cultuo uma velha esperança de um tempo de antanho

Que há tempo passou, mas foi bom enquanto durou.

Por que a minha vida nessa ferida se transformou?

Aquele estranho ouro agora é de escuro estanho.

Em Deus busco guarida e nas suas feridas vejo

O imenso amor pelas quais a todos amou.

É sublime amor diferente, mas a gente

Sente como linimento e unguento,

Àquele divino bálsamo latente

Empurrando-nos pra frente.

Então só por Ele aguento

Essa lancinante dor.

Volte meu amor.

Já não somos

Belos gomos

De tangerina.

Beldade menina

Qual a velha idade

Do jogo amarfanhou.

Porém, amei por demais

A sua doce e inocente essência

Que à maledicência de mim a roubou.

Continuo por você enamorado pelas lembranças

Que um dia feliz me fazia ao me entrançar em suas tranças.

E por ironia lembro-me com melancolia o nublado dia que mim voou.

O amor nem sempre deixa explicações.

O Clarim da Paz

jbcampos
Enviado por jbcampos em 22/06/2011
Código do texto: T3051347
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