Alabastro de delirante encanto
Cântaro de encanto, vaso de amor em flor,
Bendita besteira desse nosso mais louco amor.
O destino cruzou a nossa viseira, e por brincadeira
Aqueceu essa situação fagueira abrasando a fogueira
De nosso destino multicolor ao nos causar acérrima dor.
Partiu para algures. E o meu coração se partiu em dez mil
Estilhaços e à palhaço tento rastrear seus invisíveis passos.
Alegre agonia agora é a de na sua foto admirar seus traços.
Eis vaso do extravaso intumescido de um amor confundido
O qual você deixou se perder. Em sonhos bisonhos abraço
Freneticamente esse meu delirante, dócil e vil alabastro.
Cultuo uma velha esperança de um tempo de antanho
Que há tempo passou, mas foi bom enquanto durou.
Por que a minha vida nessa ferida se transformou?
Aquele estranho ouro agora é de escuro estanho.
Em Deus busco guarida e nas suas feridas vejo
O imenso amor pelas quais a todos amou.
É sublime amor diferente, mas a gente
Sente como linimento e unguento,
Àquele divino bálsamo latente
Empurrando-nos pra frente.
Então só por Ele aguento
Essa lancinante dor.
Volte meu amor.
Já não somos
Belos gomos
De tangerina.
Beldade menina
Qual a velha idade
Do jogo amarfanhou.
Porém, amei por demais
A sua doce e inocente essência
Que à maledicência de mim a roubou.
Continuo por você enamorado pelas lembranças
Que um dia feliz me fazia ao me entrançar em suas tranças.
E por ironia lembro-me com melancolia o nublado dia que mim voou.
O amor nem sempre deixa explicações.
O Clarim da Paz