Traços de uma suposta Reflexão…

Era suposto dizer o que se pensa

E um copo ajuda sempre

A uma eventual conversão

Do que é politicamente correcto

Para o que não é

Violando assim qualquer tipo de convenção…

Um copo e um cigarro

Ou a verdade camuflada

De te amar

Mas de francamente

Não saber

Se realmente te quero a meu lado…

Repetindo um velho vício

Um velho pecado

De ao ouvir aquela nossa música

Ceder de todo

Trocar o prazer pela dor

Te dizer que te amo

Me sentir particularmente estúpido

Depois desta confissão conhecida

Sentir tudo mais confuso do que dantes

Sentir tudo algo baralhado…

Sem saber se terminei algo

Ou se estou algo a começar

Ou recomeçar

Caindo nos conhecidos caminhos

Que jurei evitar

Os velhos caminhos

Por onde costumas andar…

Indo para o passado

Em vez de para o futuro

Fazendo um recuo

Em vez de um avanço

Uma espécie de inflexão

Que se resume a umas linhas fora de horas

Demasiado ébrias para se poderem entender

Aquilo que a psicologia chama à força

De “acto falhado”

Uma intenção perdida

A que dei o nome de…

Traços de uma suposta Reflexão…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 22/06/2011
Código do texto: T3051039
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