Olá Amor!
Olá Amor!
Eu me recuso a aceitar que chegou a hora.
Há quantos dias tínhamos as passagens
compradas...
Não, eu não aceito...
Lembra-se daquele perfume que quebrou?
Nunca mais ouvi você falar fragrantemente...
O que mais gostava em mim?
Combinávamos tanto em tanta coisa.
Mas simplesmente tudo ficou nos suspiros.
Nas chamas floreais de outono.
Aquecimento global do teu sangue!
Circulando nos arranhões dos meus sentimentos,
Esqueci-me das provocações, de tanto querer...
Que as coisas pudessem tomar outro rumo
Ah! Aguardei.
Sei que não foi por acaso, mas é estúpido
Sofrer por isso!
Talvez fosse melhor ter entrado no avião
da Aerolíneas
Sem retorno,
Mas agora tenho que encarar,
Não posso fugir, o trem das onze chegou,
Não vão adiantar bichinhos de pelúcia,
Buquês de rosas, ou taças de vinho,
Lembranças tão sós, não vão adiantar.
Que conforto um coração arrebentado pode
Ter em simples objetos?
Quando o que se mais quer é ser correspondido?
É ser desejado pra estar ao lado do ser querido
E fazer parte da vida do outro,
Ainda que não, para a eternidade!
22 de Junho, Cida Maia