MESMO PONTO

No regresso dos desesperados

Encontrei consolo

Ao lado da menina

Que sorria;

Apesar de estarmos

Como sardinhas...

Naquele sorriso alvo

Vi a inocência aflorada

E nos gestos brandos,

A doçura e o encanto

Foram revelados; à todos...

Querendo chegar perto,

Comecei a corrida

Em direção do troféu

Que era estar ao lado dela.

Ouvir seu sorriso;

Sentir o calor de seu hálito;

Saborear as palavras

Balbuciadas e entrecortadas

Pelas freadas...

Cotovelada à direita,

Barrigada à frente,

Cotovelada à esquerda

E um passinho é dado...

Assim continua a caminhada

Naqueles um metro quadrado,

Que é galgado

De minuto em minuto.

E lá vou eu de novo;

Cotoveladas, barrigadas

E mais passinhos são dados...

Como uma águia

Mirando sua presa, estava eu.

Não tirava os olhos dela

E meus ouvidos a cada segundo

Saboreava e se embreagava

Com o som de seu sorriso e palavras.

Como um lutador

Na hora do nocaute,

Ansiava o momento!

Ele estava chegando.

Mais uns metros

E eu estaria bem no meio

Do seleto grupinho...

Afinal cheguei;

Depois de minutos

Que pareceram horas.

Num olhar “a la Roberto Bandeira”,

Sorri e arrisquei um olá!

Ela me olho e sorriu,

E correspondeu o meu olá.

Num gesto rápido

Apertou a campainha

E desceu no próximo ponto.

Eu, abobado, não pensava.

Quando dei por mim,

Vi que também tinha que descer ali;

Era meu ponto...

Bom; desci no outro ponto

Com a certeza de que amanhã

As coisas, vão ser melhores...

Afinal, vamos descer no mesmo ponto.

Bendito ônibus!

(PEREZ SEREZEIRO)

José R.P.Monteiro – SCSul SP serezeiro@yahoo.com.br serezeiro@hotmail.com

Perez Serezeiro
Enviado por Perez Serezeiro em 22/06/2011
Reeditado em 10/03/2017
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