DAQUI A POUCO VOU TE AMAR
Quisera ter poder para empurrar o tempo que nos separa
E de uma vez por todas estar nos braços que me embala e aquece
Estar agora com quem meu pensamento nunca esquece e se esbarra
E que a ela me amarra num bem querer que em tempo algum fenece!
Quisera dividir o cálice de vinho e desfrutar da uva nos seus beijos
Me permitir a todos os lampejos sugeridos por nossa criatividade
Passear de mãos dadas pela cidade, oferecer-te flores e gracejos
Saborear doçuras e finos queijos nos lábios que roubam minha serenidade!
Quisera arrancar teus pés do chão e carregar-te aos nossos aposentos
Onde meus sentimentos encenariam espetáculo de devoção
Onde eu percorreria tua iluminação e nela me acharia sem detrimentos
Quisera fossem agora nesses momentos de breve separação!
Mas não te importes com o agora, pois já corro à tua procura
Saio desvairado pela rua, saudoso do teu cheiro de pomar
Daqui a pouco iremos nos amar e hei de cultuar tua figura
Daqui a pouco morrerá essa tortura e nada mais irá nos separar!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor