DOIS AMORES E UM CORAÇÃO

Se dois corpos

Não podem ocupar

O mesmo espaço

Ao mesmo tempo

Dois sentimentos

Também não poderiam

Ao mesmo tempo conviver

Dentro do mesmo coração

No entanto

Acho que essa

Talvez não seja

Uma verdade absoluta.

Se assim o fosse,

Como então se explicaria

Essa angústia dolorida

A sangrar-me a alma

Em punhaladas de saudade?

Se, ao mesmo tempo,

A razão me condena;

Em nome do bom censo,

Aceitar a despedida

Com fingida alegria.

Deixa então,

Que se dane a razão!

Que se exploda a ciência!

Que se lasque o bom senso!

Pois te odeio

E te amo

Dentro do único coração

A pulsar-me no peito.

Amo-te quando você chega

E me beija na boca

Mas depois te odeio

Quando o dia amanhece

E vai embora

Sem sequer um aviso.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 21/06/2011
Código do texto: T3047745