Perdoa-me, oh Deus...
Perdoa-me! oh Deus, pelo mau que causei
Ao inocente, que de amor se desfez
Que tão ausente de mim não o amei
Pela dor, pelo suplício, pela insensatez
Perdoa-me meu Deus, pelo pecado cometido
Pela vergonha que causei, pelo coração ferido
Que minha inconstância em amar, que perdido
Nem misericórdia, nem favor, tenho eu atendido
A ele fui recluso, maldito, que pelo não dito
Deixei seu coração sangrar, em demasiada
Penúria sem par. Eis agora uma ferida aberta
Um bueiro, alçapão de desgraças, fendido
Por isso sou mil, dez, cem mil vezes maldito
Que de destino, caminho uma vida incerta...