A uma musa inspiradora (Doce Menina)

A uma musa inspiradora (Doce Menina)

Amor é tão doce ao meu canto,

Dar-lhe a mulher que nem sonhei...

Beijei-te o ardor que nem chorei!

Amor é tão forte ao meu pranto.

Dos meus fulgores ao meu rosto;

A mim do leito que não me ama

Tens o palor quem ama a chama,

Dei-te a paixão que vens o posto.

Beijei-te o amor que sente a voz;

Ó meu amor!... Amei-te o fado!

Dos meus licores ao meu lado,

Amei-te o leito como a sós...

Queres sentir-me o doce leito;

Dos meus vergéis a apaixoná-los

Tens o fulgor que ama os estalos,

Amei-te o leito mui perfeito!

Lembro-me a noite do acalento;

Do sentimento deu-me ao gozo

A ti do alento mui fogoso!...

Vem-me o bom leito do Sorrento.

Ó meu amor!... Eis-me a vaidade!

Beijei-te os lábios sem palor...

Que ao sol me sente o teu amor

Ó meu amor!... Eis-me a saudade!

Dos meus alentos que ama o sol;

Ó musa! Que o licor me amava...

Do coração que já me olhava!

Da comoção deu-me o arrebol.

Autor:Lucas Munhoz