Meu coração é teu, meu coração ateu.

Meu coração é teu, é ateu,

bate feito chocalho fora do trilho

faz asneira mas nunca pede perdão.

Meu coração solta flecha, solta grito,

espanta o vento, o sonho, o dito,

faz as cores duras, secas, musgos.

Meu coração desconversa, corta a linha da pipa,

esgana os desejos que purgarem minhas mudanas, santas,

espana o suor como besta-fera qualquer, divaga,

maltrapilha a voz com o bafo surrado da fé que nunca tive.

Meu coração vadio, vira-lata, rampeiro de cabaré,

escurece os olhos pra cair de porre e até morrer,

com as travessas cheias de óleo quente só esperando o dia se parir

pra então sorrir.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 19/06/2011
Reeditado em 19/06/2011
Código do texto: T3044707
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