UMA ESTRELINHA TRAVESSA
UMA ESTRELINHA TRAVESSA.
Para o Guilherme.
Eu juro que ontem eu vi,
Bem pertinho do infinito,
Uma estrelinha solitária,
Distante das demais grandalhonas.
Brincava e fremia constantemente,
Talvez de frio, coitadinha!
Eis que passa rasgando um cometa,
Cabeçudo que voava muito ligeiro,
Deixando um rastro em brasas,
Um rabo de ouro, feito de fogo.
A estrelinha não pensou duas vezes:
Tomou carona no rabo quente.
Agora não tremia de calor ardia.
E assim deram mil voltas,
Ao redor de cem planetas.
Vi depois bem lá no horizonte,
Se esfregando nas montanhas,
Uma estrelinha fazendo piruetas.
Brincando, cintilando de novo sozinha,
Fazendo festas e mil caretas.
Era o Guilherme que apeava,
Do cavalo alado o seu cometa.
Eráclito Alírio