TRIBUTO DE AMOR
Vamos! Pode zombar de mim!
Faça pouco caso
Das minhas dores,
Não tenha medo!
Pois essas mãos crispadas
Em dores atrozes
Jamais irão erguer-se
Contra aquela que um dia
Por ela foi acariciada.
O que você esta esperando?
Provoque-me mais dor!
Apodere-se daquelas hastes;
Cujas corolas desfolhadas
Ostentaram rosas perfumadas
A seus pés depositadas
Como tributo do meu amor,
E bata no meu rosto.
A sorte mudou,
Ela sempre muda!
Não nego essa verdade.
Agora a brisa noturna
Que nos acariciava o corpo,
Adormecido em orgias,
Na beira da praia,
Arrepia minha alma
Nos gélidos ventos
De um inclemente inverno.
Nada mais me importa agora,
Mas tenha cuidado!
Pois com os mesmos espinhos
Com os quais me torturas agora
Haverão de torturar-te um dia.