AMOR EM FLOR

Sinto teu amor no eco

No vácuo

No inócuo

No invólucro

Sinto teu amor no lacre

No agridoce

Sinto teu amor no cheiro da erva doce

Demarcado por minhas mãos incólumes

São crostas que percorro ingurgitado

E todo dia busco teu púlpito agitado

Teu patíbulo insone

Tuas incisões demarcadas

Busco-te como lobo diante da caça diamantina

Em meio a escuridão de trapaças cantantes

Quero-te sem reprimenda das horas passantes

Como moenda sugando a cana adoçante

Quanto mais doce a entrega mais doce tem pra oferecer

Na entrega do prazer nada é condenável entre o ser ou não ser

É amável o indelével ser que há na gente pungente

Atravessando a delicia divina do toque de mãos quentes

Tudo em nós se desfaz em berços fecundos

Quando queremos surgir pro mundo

Mostrando que somos seres a frente do ente

Somos e rogamos mortes em fugidias nascentes

A minha flor no deserto da seca pari

Sou eu carente dentro da flor aberta dentro de ti