AMOR BIPOLAR

Teus olhos plenos me entram pelo pulmão

Num vestígio de contemporaneidade.

Se revela uma causa ( a dor de haver sentido )

Eu me calo diante de tuas incertezas.

Teus olhos tateantes, de extrema ternura,

São macios como o sol da tarde.

E de repente são noites em que o quarto estremece,

Vazios,feito um sopro no coração.

Teus olhos são íons a vagar

Dois polos diferentes

Quando neles antevejo

O toque, a fúria, a calma.

Teus olhos são estertores

De amor,

São tonturas e vertigens...

Teus olhos de paixão virgem.

Gilberto de Carvalho
Enviado por Gilberto de Carvalho em 16/06/2011
Código do texto: T3039266
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