ASAS DO DESEJO

Eu amei um dia!

Não penses amigo

Que a minha estrada

Foi sempre esse solitário vagar

Por entre as neblinas

Do meu desencanto.

O meu mundo

não foi sempre escuridão,

Eu já tive um sol de ilusão!

Já senti sobre meu corpo,

Como uma brisa sussurrante,

As asas de um anjo errante!

Eu amei!

E amando deixei-me levar

Nas asas de um pálido arcanjo!

Se do céu, ou do inferno,

Nunca pude saber ao certo.

Tão somente

Agarrei-me a sua cintura

Voando ao infinito

Nas asas do desejo.

Nas assas

Daquele ser alado

Fui levado em um vôo errante

Subindo além;

Arvores... Nuvens... Estrelas...

Para depois...

Mergulhar em tenebroso abismo...

Onde caí com ela

Em meio à lama impura

Mergulhando de peito e boca no chão.

Agora não mais desejo voar!

Não mais, ao espaço serei levado!

Pois arranquei as asas

Do Serafim maldito

Condenando-nos a uma vida

De vermes rastejantes

Em meio à podridão.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 16/06/2011
Código do texto: T3037776