AH...QUE BELO ESTE

IMPROVISO... MEU AMOR


Meus dedos iam dedilhando

um improviso

de Franz Schubert...de um

andante opus 90,

e percebia que todo meu eu

estava

hoje com você,

porque te sentia como um

improviso em minha vida.


E no piano eu precisava

dedilhar

para essa tua generosa alma

que em mim

estava se movendo como

uma saudade

esquecida num manso lago.


Teus olhos rápidos fitando

os meus

moviam minhas vontades

e se entre nós havia um

compromisso...mais

do que um

simples horário das onze....

então eu mesmo daqui...te sentia

em mim...a cada

dedilhar nestas brancas teclas.


E me parecia que neste final

de dia...caíam tuas

vestes, porque te via vestal...

e por momentos uma bela anja

levando-me

lentamente aos seus mais intensos

desejos

que no teu corpo...eu me sentia

todo, como se fosse

a tua canção da tarde...este lindo

improviso.


Ai amor...eu nem queria fazer

tanto alarde...

mas meus dedos não seguem

exatamente a partitura...

porque tua imagem

vinda das grandes distâncias,

agora em mim...

é chama que em mim arde...

e essa canção...esse improviso...

num andante

te dedico todo feliz.


Ah...meu amor...teu vestido

branco...deixa-o no chão

mesmo...


A minha saudade depois o

recolherá, meu amor.


Mas venha...não esqueça de vir...

nada está bloqueado.

Vem meu amor...vem...tudo está

bem livre...

e o farol está verde.


Só falta o nosso amor...nesta

bela tarde...

Só falta a nossa paixão...

e nossa mais rica e bela ilusão !!!


Ah...que lindo esse improviso...

meu amor !

Até Schubert está contente !!!

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