NO VÃO DOS ESCOMBROS

É na imensidão de pedaços insensatos de mim

Que se abriga os sentimentos que me fazem sentir.

Sentir a intuição voraz que me sufoca em detalhes

Presos a cada olhar incerto que me cerca.

Em passos tolos, sigo na esperança de chegar

Ao lugar que deveria está há certo tempo.

Mas quando vou fico. Paro. Encontro e sento

E é como se o chão sumisse por nossa imposição.

A dois somos múltiplos tantos, porém somos dois

Mergulhados num mar que me abriga em tempestade e calmaria.

Fico em ti e você em mim na intensidade desses momentos

Entorpecidos de um amor atroz e verdadeiro.

É chama que consome nossos corpos de forma inextinguível e

Nós dois ficamos em condição animal de possuir.

Eu paro e faço uma viagem ao passado distante

Dividindo com você os risos e lágrimas, e retomamos.

Teu olhar me transfere a paz que um dia nós destruímos

Ao tempo em que reconstruo nossa paixão.

Digo todos os sim’s porque não aceito teu não

E nos entregamos mais uma vez ao nosso ponto de amor.

Somos em instantes o tempo que nos roubaram, ou roubamos

Embora tenhamos feito escolhas definitivas.

Não sei se sinto ou respiro. Todavia é tudo isso, a imensidão indescritível

Porque em tudo que ainda resta, os escombros, edifico o meu amor.

Fortaleza, noite de 09 de junho de 2011.

RÔNET ALVES