Ninho de azulão

Sobre um velho tosco galho de goiabeira
Repousava, sereno um ninho simples de azulão
Pensei ,nostálgico e triste,assim, de uma maneira
Que,lá,bem no fundo,doía o bater de meu coração

Como que esta visão singela apertava o meu peito
Se o oculto mistério ,em amor, se transformava?
Quisera ouvir o silvo do vento, de um certo jeito
Num canto doce,feito acalanto para a minha amada

Quando o pássaro azul anunciou o fim da tarde fria
Percebi,então, que meu pequeno ninho estava vazio
Imaginara,por que da dor, a silente razão,mas,não sabia
Sentira,pois,que minha esperança,resistia,por um fio...

Ah!quanta angustia,na ânsia da querência ,um mero traço!
Suspirei,por alivio que desafogasse meu coração ferido
Assobiei ,num repente,e os azulões pousaram em meus braços
Pisando com macias patinhas,acariciaram meu Ser contido!

Voltei, alegre,cantando as belas cantigas do roçal,assim...
“Vai meu azulão brejeiro ,ave companheira e amigo”
“Leva ,este sentimento ,esta magoa,para bem longe de mim”
“Traga ,no calor de tuas asas,a saudade pra morar comigo!”