Onde você?
Porque esses dias, sem ti, são tão cruéis
E, circulam tortos nas vias da minha dor?
Ignoram todo esse tempo de espera, ao
aniquilar a doce e única ilusão verdadeira,
Mantida no santuário desse coração triste.
Onde você? Meu Deus! Você não vem mais.
Espessas sombras recobrem nosso fugaz
Leito de ternura. Amamos-nos tão pouco...
Como acaba tanto amor? Os carinhos, beijos
Findam nas juras firmadas de um momento?
Eu sei, eu sei tudo! Mas dói ter que admitir...
O sonho foi só meu, logo, dor só minha será.
Amar-te levou-me a loucura do encantamento,
Sonhei sonho bruxo em lençóis frios de seda,
No qual ficaram as marcas de nossos delírios.
Meus seios doem... Um medo imenso surge
Como a notícia mal esperada, desesperada.
Rogo as águas do entendimento, a purificação.
Consola minha alma desalentada, tu que tens
A magia do esquecimento, e liberta-me as asas
Para que possa eu voar, e por os pés no chão
E ainda mais um pouco sorrir e cantar e viver.