Rabiscos

Meus dedos lânguidos rodopiam no caderno

Rabiscos soltos de um verso antigo;

Minha caneta não tem cor de nada

E escreve apenas o imaginável.

O meu desejo é um cata-vento

Que rodopia, mas não tem destino,

Apenas gira, gira, gira...

Invade esse meu sonho de menino.

Meus olhos tristes imaginam a cidade

Redesenhada em cada linha do meu verso;

Minha canção não tem sabor de nada

E canto apenas o inevitável.

O meu amor é feito uma onda

Que se eleva, mas não tem sentido,

Apenas cresce, cresce, cresce...

Invade feito música em meu ouvido.