AÇO DA SAUDADE

AÇO DA SAUDADE

Olho o mar,

Espumas brancas a rolar,

Tristeza latente dilacera,

Arrebenta em saudade.

As aves no céu enfeitam,

Mas testemunham a decepção

Do amor antes desvairado,

Agora terminado.

Uma parte ficou apontando

todos veem a desilusão, abandono,

A ressaca anterior deixou à mostra

O lugar outrora ocupado.

Começa a chover...

Um relâmpago corta o infinito,

Ilumina o passado desgastado,

O devaneio ronda silencioso.

Batem na porta.

Você entra com olhos encovados

Voz embargada e diz:

-estou aqui e vim para ficar

A chuva continua sorrateira.

A goteira,

Já acostumada faz cadência

E num lampejo do passado

Em lágrimas vão molhando.

E como areias que limpam,

Ilumina o aço da saudade

Quatro braços se enrolam

E os corações se encontram.

Zastra
Enviado por Zastra em 11/06/2011
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