AÇO DA SAUDADE
AÇO DA SAUDADE
Olho o mar,
Espumas brancas a rolar,
Tristeza latente dilacera,
Arrebenta em saudade.
As aves no céu enfeitam,
Mas testemunham a decepção
Do amor antes desvairado,
Agora terminado.
Uma parte ficou apontando
todos veem a desilusão, abandono,
A ressaca anterior deixou à mostra
O lugar outrora ocupado.
Começa a chover...
Um relâmpago corta o infinito,
Ilumina o passado desgastado,
O devaneio ronda silencioso.
Batem na porta.
Você entra com olhos encovados
Voz embargada e diz:
-estou aqui e vim para ficar
A chuva continua sorrateira.
A goteira,
Já acostumada faz cadência
E num lampejo do passado
Em lágrimas vão molhando.
E como areias que limpam,
Ilumina o aço da saudade
Quatro braços se enrolam
E os corações se encontram.