Beije minha boca

Quantas cinzas deixei no chão

Marcadas com força pelo fogo

Escrita a ferro neste espaço

Expulsas de um pobre coração

Que estranho vazio me toca

Serão as marcas do passado

Palavras saem de uma boca

Ou antes, um quadro pintado

Porque olhas deste jeito

O teu doce é minha seiva

Você não é minha sereia

Eu não sei quem você é

Se tens o fel da verdade

Mostre-me a fria realidade

Abraça-me forte sem maldades

E depois beije minha boca

Antes que os vermes a devorem

Alexandre

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 09/06/2011
Código do texto: T3024350
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