Beije minha boca
Quantas cinzas deixei no chão
Marcadas com força pelo fogo
Escrita a ferro neste espaço
Expulsas de um pobre coração
Que estranho vazio me toca
Serão as marcas do passado
Palavras saem de uma boca
Ou antes, um quadro pintado
Porque olhas deste jeito
O teu doce é minha seiva
Você não é minha sereia
Eu não sei quem você é
Se tens o fel da verdade
Mostre-me a fria realidade
Abraça-me forte sem maldades
E depois beije minha boca
Antes que os vermes a devorem
Alexandre