Cadê você

Amarraram minhas mãos

Com cordas de aço

Que cortam minhas carnes que sangram

Um sangue devasso,

Que eu lanço no espaço

Estou cortado, só pedaços

Arrasto-me, fugir, não posso

E chamo teu nome

Eu grito você, e você, cadê você

Doce criança!

Se nem falar eu posso

Nem comer

O que eu posso fazer

Não existe esperança

Talvez morrer

Talvez na morte encontre guarida

Mas o sangue que sufoca

Não me tira a vida

E na boca maldita

Faz-se escuro teu abrigo

Que se rompe abalada

E como a vermelha rosa

Pela língua inchada

Escorre e morre

Pelas mãos brancas e formosas

Do artista

Alexandre

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 09/06/2011
Reeditado em 09/06/2011
Código do texto: T3023936
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