Cadê você
Amarraram minhas mãos
Com cordas de aço
Que cortam minhas carnes que sangram
Um sangue devasso,
Que eu lanço no espaço
Estou cortado, só pedaços
Arrasto-me, fugir, não posso
E chamo teu nome
Eu grito você, e você, cadê você
Doce criança!
Se nem falar eu posso
Nem comer
O que eu posso fazer
Não existe esperança
Talvez morrer
Talvez na morte encontre guarida
Mas o sangue que sufoca
Não me tira a vida
E na boca maldita
Faz-se escuro teu abrigo
Que se rompe abalada
E como a vermelha rosa
Pela língua inchada
Escorre e morre
Pelas mãos brancas e formosas
Do artista
Alexandre