Namorar

Ter todo o tempo para a descoberta

No corpo, no coração, no espírito.

Encontros, compreensão,

Tolerância amorosa e alegre.

Limites palmilhados,

Balizados pela certeza

Que a vida nasce de entregas.

Sede de experimentar o céu,

Na fronteira dos limites, saber esperar...

Na fronteira dos limites, sempre “novidades”

Multiplicidades e cumplicidades.

Identificação a aumentar a proximidade

Voltar toda manhã e toda a noite

Àquele ponto de encontro

Sem jamais querer faltar.

Devorar com os olhos,

Felizes, sorrir com sorriso bem aberto

Deslumbrados diante da maravilha que é o outro.

Romper o véu do limite introduzir-se,

Penetrar-se de vida com gosto de vida.

Lábios postos, sobrepostos,

Sussurrando a mais bela expressão:

“Vem!”

É quando o amor jorra como um fogo

Forjando a união entre,

O visível e o invisível,

Entre a fraqueza e a onipotência,

Entre o não ser e o ser.

Namorar é exatamente assim:

Uma fresta a se abrir no outro!