MÁRMORE E DOR

Modelada argila de teu rosto

na cela do pensamento

como se não fora

da mão imemorial

a colheita e o fruto.

Se colho a expressão de teus olhos

no retrato

recebo o segredo

do amor que se calou

entre os dedos

e os medos sempre-vivos.

Teu silêncio

transfeito para sempre

em mármore e dor

já nas raízes

das árvores que permanecemos

sem descanso

sem remissão.

Ainda na manhã de 19 de novembro de 2009, quinta-feira.

Republicação na manhã de 09 de junho de 2011.