Promessas de Eternidade…
Li algures
Num tempo achado
Que queria perdido
Um tempo de vida
Mas que deveria ser vivido
Como se fosse do mais dilacerante perigo…
Li algures
Nos destroços de uma memória ferida
De uma pessoa cheia
Mas que a morte tornou vazia…
Li nessas memórias
Que para não ser devorada pelos monstros
Com as quais obrigaram a viver
Essa pessoa reaprendeu a sonhar
Coisas que não o eram
Mas que a sua esperança por novas auroras
Novos dias
Iria concretizar…
E essa pessoa construiu então
Todo um elaborado sistema
De realidades alternativas
Mas sempre
Sempre possíveis…
Construindo
A esperança
Que deveria tomar o lugar das cinzas
Construindo
Um amor que lhe faltava
E os descendentes que se iriam seguir
Construindo pontes
Que alguém tinha ousado
Ou meramente se atrevido
A destruir…
E foi então
Que os ventos de uma certa guerra
Deram lugar
A tão ansiada tranquilidade
Foi então
Que ele pode ver olhos nos olhos
Outra forma de realidade
Construída sob e através dos seus sonhos
Mas tendo o contorno
Das pessoas com quem ele tinha sonhado
Pessoas algo diferentes
Por si idealizadas
Que ameaçaram
Numa dada altura
Tudo destruir
E ele
Teve mesmo que agir
Dizendo apenas
A esse amor
Furtivo
Que tudo o que ela era dentro dele
Fora ele que tinha construído
E por isso não lhe admitia
A suprema veleidade
De tudo querer transformar em cinzas
Não lhe admitia que interferisse nos seus sonhos
No seu núcleo
Nas suas
Promessas de Eternidade…