FÊNIX

Para minha amiga Isabel Campos, poeta do Recanto

vaso vazio

pleno

do próprio vazio

vaso a saber

de cor

o vermelho do nome

nas trajetórias

do sangue

labaredas de nomes

cinzas de outros nomes

palavras

na exaustão dos dias

operárias

a fabricar memórias

em frascos de ausência

respiração arfante

grávidas palavras de fogo

a crepitarem

a fundirem

rama e raiz

palavras a acordarem

centelhas súbitas

de falsas mortas

fogo a consumir

a mesma ave

a mesma ave

a renascer

das próprias cinzas

ave absoluto vaso

pleno

do próprio vazio...

Republicação na manhã de 08 de junho de 2011.