EU ADMITO QUE TE AMO
Não há razão alguma para fugir das evidências
A confissão das aparências fala mais alto que a ilusão de lhes negar
Basta-me te olhar e um brilho passa a demonstrar a minha preferência
E ao confirmar-se tua ausência pra que esse brilho decida se apagar!
Como seguir outra cadência, se os ritmos cardíacos dançam por ti?
Não há como diminuir essa vontade corrosiva que te busca
A febre que chamusca indica o mal que pro meu bem adoeci
E a tua imagem que não sei fazer sumir, nunca esmaece, jamais ofusca!
Se todas as flores que avisto eu fortemente almejo oferecer-te
Se vivo nesse eterno flerte com íntimas aspirações deflagradas
Como manter amordaçadas as reivindicações da minha sede?
Se nem preciso ver-te para seguir-te as passadas!
Melhor deixar de lado a covardia de um silêncio tão infrutuoso
Tão óbvio sintoma amoroso já se mostrou meu porta-voz
Quisera um dia a sós te declarar meu grito mais silencioso
E obter o feito mais glorioso: deixar de ser apenas "eu" para ser "nós"!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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