Charme
Amo o charme dela...
como quem está vindo de um norte quente...
gosto de dizer o que sinto...
no vale eu bebi absinto...
aprecio o barco à vela...
na noite o jantar sobre a mesa...
o vinho doce e sobre os olhos a lente...
cor preta sobre a vista, ou castanho na visão...
vem com sorriso tímido, ou com olhar triste,
não perde nada por assim ser, viste,
viste que sorrio da dor, que há pouco gavião,
no ar voam as águias, dizendo-me:
sorrir como alguém jovem, na idade maduro,
rindo de si mesmo, com brincadeiras antigas,
para ela faça uma cantiga,
uma canção de amor, de carinho, eita mundo duro...
será que ela está lendo-me,
que um dia verá sentimento em pedras,
chorando, talvez chorando,
mas de alegria! Que bom seria!