ATO INOPINÁVEL

O escuro estranho que fica por detrás do muro,

Longe da vista alheia. Ali.

Ali está ele: duro, ríspido, intacto.

Não há quem possa movê-lo ou derrubá-lo.

Não há...

Não há na rua do lado,

Criatura alguma que possa dá-lhe perfurações ou,

Alguém que possa destrinchá-lo...

O escuro estranho perdura por dias inteiros,

Sua negritude dá ar de conspiração.

Há aquele escuro!

Naquele muro alto que se solidifica feito rocha,

Pelo instante raro que a vista humana se alimenta,

Nasce uma FLOR.

Naquele muro rondado de escuridão e deserto,

Surge uma vida!

Venham todos...

Admirem-se com as pétalas iluminadas dessa

[flor que ali surge inocente.

Nasce bela, nasce pura...

Nasce crua...

Morre à toa, morre nua...

Morre fria...

Lorena Gentileza
Enviado por Lorena Gentileza em 05/06/2011
Código do texto: T3016482
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