Não sou
Não sou o dia que raia de assombro,
Palmas erguidas, olhar de pomar
Toques de amor por cima do ombro
Não sou quilha no mar morto
Nem barco oscilante vagante,
Recebo a noite de negro manto
Não sou o belo entre as folhagens,
A doçura do eterno nas paragens
Deus de sombras e luzes
Camuflado de arbustos
Sou o som do vento mudo
Andarilho do mundo